sexta-feira, 22 de abril de 2016

Atividades econômicas acessórias (pecuária, agricultura de subsistência, borracha, algodão)

Atividades econômicas acessórias (pecuária, agricultura de subsistência, borracha, algodão)
A conquista do interior – Sertão nordestino e Amazônia
O sertão nordestino foi explorado por criadores de gados que vieram de Olinda e Salvador. No Amazonas as tropas vieram de Olinda, em busca do índio e das drogas do sertão. Os europeus ao se instalarem no Nordeste Brasil sentiram a necessidade de introduzir animais domésticos europeus, para ajudar nos trabalhos ou servir como alimento.  Esses animais eram criados em áreas limitadas por valas profundas ou cercas de pau-a-pique. Tomé de Sousa determinou que os animais pudessem pastar em campo aberto. Assim as áreas plantadas passaram a ser cercadas e os gados soltos (ANDRADE, 2007).
Assim surgiram os criadores de gado, Garcia d’Ávila construiu uma casa forte para sede de sua fazenda, a Casa da Torre, se tornando no século XVIII os maiores latifundiários do país. Cristóvão de Barros conquistou toda a costa sergipana, o que ocasionou a subida dos criadores para o sertão baiano, ocupando esse território. Outros ocuparam o sul da Bahia, o norte de Minas Gerais, o sul do Piauí, até o Maranhão. Outros atravessaram o rio São Francisco e ocupou o sertão pernambucano, cearense e paraibano. Não houve ocupação a oeste porque, o Planalto de Borborema impedia a ocupação. A pecuária cresceu devido à demanda de carne nas propriedades que produziam açúcar. O sertão era bom criador de gado, pois, possuía clima favorável e vegetação apropriada. A produção de carne seca se deu, devido às distancias percorridas pelo gado as regiões mais distantes do Piauí e Ceará (ANDRADE, 2007).
A exploração da pecuária no Sertão se deu através de latifúndios, da mão-de-obra escrava e da monoprodução. Antônio Guedes de Brito liderou a casa da Ponte, das terras que se estendiam do Morro do Chapéu na Bahia até as margens do Rio das Velhas em Minas Gerais. O Piauí foi povoado por Domingos Afonso Mafrense, que deixou cerca de 50 fazendas de criar aos jesuítas. Com a necessidade de fazer grandes caminhadas em busca de alimento e de água permitiu à pecuária ocupar grandes extensões de terras. As regiões das Gerais foram ligadas ao Sertão pelo São Francisco, que lhes fornecia carne e animais para o trabalho. Os criadores foram em direção as áreas mineradoras, originando áreas de criação nos campo próximos as regiões auríferas tanto de Minas Gerais, como de Goiás e Mato Grosso, sendo responsáveis pelo intercambio entre o Nordeste e o Sudeste  (ANDRADE, 2007)..
Com o povoamento do vale do Itapecuru no Maranhão, os criadores baianos abriram caminhos entre o Maranhão e a Bahia. Portanto a pecuária teve grande importância na formação do Brasil, tanto com povoação como com o trabalho empregado. Com a Revolução Industrial na Inglaterra, o algodão se expandiu na região do Sertão Nordestino, contribuindo com o desenvolvimento de culturas subsistência, que alimentavam o gado com as ramas do feijão e do algodão e a palha do milho, surgindo assim o complexo algodão-gado-lavouras (ANDRADE, 2007).
No século XVII ocorreu a conquista da Amazônia pelos portugueses. Belém foi fundada, e os franceses, holandeses e ingleses foram expulsos ao tentarem se estabelecer no Amapá e na foz do Amazonas. Tornou-se o ponto de partida para os que navegavam. Os jesuítas que subiam os rios em busca dos indígenas para catequizar. Os colonos que desenvolviam a atividade agrícola no Maranhão e no Pará, necessitavam de mão-de-obra, como não tinham condições de importar escravos africanos aprisionavam os índios que eram resgatados pelos missionários que se apoiavam na legislação portuguesa que proibia a escravização indígena. Com a independência de Portugal em 1640, a Amazônia estava ocupada pelos portugueses, até na região pertencente à Espanha, a oeste do Meridiano de Tordesilhas. Assim o diplomata português nascido no Brasil, Alexandre de Gusmão, conseguiu o direito de posse com o principio uti possidetis, onde as terras pertenciam aos povos que a houvessem ocupado. Assim Lobo d’Almada no século XVIII demarcou as fronteiras e promoveu uma reativação econômica da região (ANDRADE, 2007).
A partir da segunda metade do século XVI, ocorreu a introdução das lavouras de cana e a construção dos engenhos, usando a mão-de-obra indígena, daí iniciou a caça aos índios, que era feita pelos bandeirantes. No século XVII, os índios eram a principal mão-de-obra nas atividades econômicas, vindo a ser substituídos pelos escravos africanos no final do século. Pois estes eram mais resistentes para o trabalho nas lavouras. No final do século XIX, o auge da economia cafeeira, o látex começou sua exploração em seringueiras da floresta amazônica. Atraindo os povos indígenas e imigrantes nordestinos para essa região. Assim a população da Amazônia cresceu acentuadamente, passando de 330.000 para 1,5 milhão de pessoas. Após três décadas de exploração do látex, ocorreu a queda do produto economicamente, devido aos seus métodos rudimentares de coleta do látex, e dos empresários britânicos que roubaram as sementes das seringueiras para fazer o plantio nas colônias britânicas da Ásia. Assim, o Brasil tornou-se um produtor barato, o que ocasionou a decadência de sua exploração, com isso muitos migrantes retornaram aos seus locais de origem (ARBEX JUNIOR, 2007).
Os escravos sempre lutaram contra a escravidão, lutando, se rebelando e fugindo para os matos. Eles eram a principal mão-de-obra dos canaviais e dos engenhos, sem eles não seria possível a produção do açúcar. Os lavradores também eram importantes, embora com alguns tivessem terras, cultivavam ou moíam a cana no engenho do senhor. Assim, esses lavradores dependiam da conduta dos senhores de engenho para obter o seu lucro ou prejuízo. A organização político-social permitia que os senhores de engenho abusassem do poder para com os lavradores, e estes não tinham a quem recorrer em defesa dos seus direitos (ANDRADE, 1980).
Tollenare ao ver a situação dos lavradores lutando por seus direitos, achou que os lavradores deveriam ser protegidos por lei que obrigasse os senhores de engenho a arrendar os terrenos baldios com contratos de arrendamentos que durassem 9 ano. Mas apesar de todas as dificuldades enfrentada pelos lavradores, eles possuíam melhor situação que o morador e os escravos, estes eram considerados coisas e eram tratados como animais. Dos assalariados havia o capelão, que era o responsável pelos ensinamentos cristãos; o feitor-mor, segunda autoridade depois do proprietário; feitor da moenda que colocava as negras para trabalhar, mestre-de-açúcar e o soto mestre no cozinhamento do caldo e na fabricação do açúcar, dentre outros. E por séculos foram os escravos quem sustentavam a economia açucareira (ANDRADE, 1980).
No século XIX houve grandes transformações econômicas, politicas e sociais. A cana-de-açúcar passou a concorrer com o algodão. E com isso houve a introdução de nova variedade de cana, a caiana, trazida da Guiana Francesa, e as variedades da cana caiana, a imperial e a cristalina, e sendo substituída pela cana manteiga, obtida de seleções e cruzamentos feitos pelo proprietário Manuel Cavalcanti de Albuquerque, no engenho Cachoeirinha, no município de Vitoria, Pernambuco. Assim, sentiram a necessidade de inovar nos seus engenhos movidos a animais, o engenho a vapor foi um dos meios escolhidos, mas demorou a se propagar devido aos capitais e créditos e o atraso na mentalidade dos proprietários da época. E assim foi sendo substituído por novos meios de produção que exigiam menos trabalho escravo e rendiam mais lucros. Surgindo os engenhos centrais, que iriam melhor a produção da cana. Com isso, se deu a construção de estradas, para o transporte do açúcar até o mar. Os engenhos centrais não progrediram e surgiram as usinas em lugar de alguns engenhos (ANDRADE, 1980).
Os coqueiros se desenvolviam em estreitas faixas litorâneas, não exigia industrialização com maquinas de preços elevados e não necessitava de limpas, reduzindo assim o trabalho escravo, e produzia cinco safras anuais. Já a mandioca, o feijão e as fruteiras, eram produzidos em locais em que a cana não era produzida. O algodão era uma cultura que exigia pouca mão-de-obra escrava, sendo preferível pagar aos moradores salários de até mil-réis diários. Muitos moradores pobres enriqueceram com o cultivo do algodão, sendo chamados de brancos do algodão. Assim, como os escravos possuíam altos preços, o assalariado passou a ser de preferencia, e surgiu os “moradores de condição”, que moravam em pedaços de terras doados pelo proprietário e que tinham a obrigação de trabalharem em suas fazendas. E com as restrições do trafico e a abolição, a lei do ventre livre e a venda de grande parte dos escravos para os cafezais do Sul, diminuía a mão-de-obra escrava, aumentava os assalariados. E com o termino da guerra de Secessão, os Estados Unidos expulsa o nosso algodão o que ocasiona a baixa dos preços e a diminuição dos salários dos trabalhadores (ANDRADE, 1980).
A pecuária e o povoamento do Agreste
A criação de gado foi uma atividade que se dedicava a suprir as necessidades da cana-de-açúcar, desde a tração animal nos engenhos ao transporte da cana para as fabricas e das destas para os portos de embarque. Como os criadores de gado não tinham condições de possuírem escravos, montar engenhos e plantar cana, se instalaram nas proximidades da costa ou dos rios navegáveis. Com a guerra holandesa e o medo de ficar sem seus rebanhos, fez com que se subissem o Rio São Francisco em direção ao Sertão. Os senhores de engenhos mais ricos, soltavam o seu gado em regiões mais secas, para o sustento dos engenhos (ANDRADE, 1980).
A ocupação do Agreste foi povoado tardiamente, apesar do clima favorável ao desenvolvimento da pecuária. A sua porção baixa no curso do Paraíba do Norte e do Mamanguape até as proximidades da serra do Cupaoba foi ocupada por criadores de gado. Essa região foi explorada pelos franceses com o comercio do pau-brasil. A parte alta da Borborema não haviam sido exploradas, até a guerra holandesa, quando foi conquistada e economicamente integrada no Nordeste. A invasão do Agreste deve ter iniciado com a ocupação holandesa. Os pernambucanos destruíram o Quilombo dos Palmares e a “Confederação dos Cariris”. A destruição do Quilombo deu origem a inúmeras sesmarias. Os índios cariris com as lutas e revoltas fugiram para as serras, brejos altos menos vistos pelos criadores de gado. Em meados do século XVII com as secas, os habitantes da caatinga se abrigaram nos brejos úmidos, passando este a concentrar grupos humanos que se dedicavam a agricultura (ANDRADE, 1980).
O surto algodoeiro no Agreste e o desenvolvimento do trabalho assalariado
O algodão reaparece no século XVIII, tornando-se uma das principais culturas do Nordeste até hoje. Um dos fatores que contribuíram com o seu desenvolvimento foi o aumento da população e o consumo de tecidos. Com isso contribuiu com o crescimento urbano e seu desenvolvimento. Uma das vantagens do algodão era que podia ser cultivado com outros produtos em uma mesma área e suas ramas serviam de alimento para o gado. No inicio do século XIX, com os estudos do naturalista Arruda Câmara passou-se a retirar o óleo da semente do algodão. O lucro era tal que os proprietários passaram a investir no algodão e dar um conforto maior aos escravos, pois era um trabalho menos árduo, assim a plantação de algodão se espalhou pelo agreste e pela caatinga. Como o trabalho não durava o ano todo foi-se diminuído o numero de escravos nas plantações, até desaparecer completamente das culturas de algodão e legumes. No século XIX surge desenvolvimento da cafeicultura, nas matas dos brejos, devido aos baixos lucros que a cana-de-açúcar vinha ofertando. Assim o café encontrou condições favoráveis e mão-de-obra assalariada barata (ANDRADE, 1980).
Renascimento da agricultura
A politica colonial é desenvolvida plenamente no século XVIII, chamada de “Pacto colonial”, que destinava reservar o mercado de cada país às produções de suas respectivas colônias e ao comercio marítimo de suas bandeiras. O que coloca Portugal em uma posição abaixo do esperando, tornando a produção do açúcar do Brasil concorrendo com o açúcar das Índias Ocidentais, devido as proximidades maior com os mercados consumidores. Isto ocasionará o atraso da indústria açucareira no Brasil no século XVIII. Com o declínio da mineração a agricultura ressurge em meados daquele século. O açúcar um dos produtos mais comercializado. Outro fator que iria estimular o comercio seria o algodão, que não tinha muito destaque na Europa, se tornando principal matéria-prima industrial do momento, tornando o Brasil um grande produtor no momento. Um produto nativo da América, inclusive do Brasil, utilizado pelos índios, antes mesmo dos europeus chegarem a América. A cultura do algodão irá se espalhar por todo o território brasileiro, ocorrendo um declínio no começo do século XIX, pois o Brasil não acompanha o aperfeiçoamento das técnicas na área do algodão. Assim o algodão se fixa no agreste, e se espalha pela Bahia e Minas Gerais, até Goiás, porem a queda dos preços favorecerá o Nordeste e o Maranhão, eliminando as outras regiões (PRADO JUNIOR, 1987).
No final do século XVIII o açúcar ressurge nas regiões antes decadentes, como a Bahia e o Pernambuco, em primeiro lugar. E em São Paulo, antiga capitania de São Vicente, sua produção permanece em baixa. O arroz chegará em segundo lugar nas exportações da colônia. O anil foi introduzido e a América se tornou o maior produtor mundial no século XVIII. O índigo não teve muito sucesso, entrando em decadência, desaparecendo pouco depois. E o café no final do século XVIII passa a ser cultivado em larga escala. Assim com o renascimento da agricultura devido ao declínio da mineração ressurge vários produtos de grande importância para a região, e a pecuária que também se torna importante, principalmente em Minas Gerais. Levando o país ao progresso das atividades rurais, apesar de utilizar os mesmo processos precários do inicio da colonização, contribuindo com a destruição e esgotamento do solo. Necessitando assim de reservas para o desenvolvimento do país, e nada se fizeram para a conservação das propriedades e do solo. Os engenhos consumiam muita lenha e necessitava desmatar para abastecer, adentrando cada vez mais no desmatamento das matas. A monocultura contribuía com esse declínio do solo, que cada vez mais se tornava decadente. O que ocasionou o colapso, que seria salvo pela produção do café (PRADO JUNIOR, 1987).
Incorporação do Rio Grande do Sul
Estabelecimento da pecuária
Até o final do século XVII, as fronteiras meridianas do Brasil continuavam indecisas, e desconhecidas. Sendo que a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas passaria mais ou menos na ilha de Santa Catarina, porem nem os franceses e nem os portugueses trataram de decidir ao certo onde seria essa divisa. E só depois que o rei de Portugal ficou as fronteiras. Então os portugueses fixaram sua bandeira na margem do Rio da Prata. Assim, as tropas e os povoadores vindos de São Paulo se instalaram no território que hoje forma o Rio Grande do Sul. A base econômica dessa região será a pecuária. As guerras neste território só cessou em 1777, quando se assinou a paz entre os contentores que ia até o século XIX. A pecuária se torna firme nessa região. A indústria do charque enormes quantidades, mesmo a pecuária não sendo superior ao do nordeste (PRADO JUNIOR, 1987).
Sentido da colonização
A evolução de um povo se dá com um conjunto de fatos e acontecimentos, transformações de sua estrutura. No fim do século XIV, a história portuguesa toma um rumo diferente, com a formação de uma nova nação no inicio do século XV, a historia dessa nação muda de rumo. Passando de reino a um país marítimo, que são levados pelo comercio, antes limitado a uma pequena rota de cabotagem. Agora com uma rota marítima que poderia levar seus produtos para outras regiões e onde poderiam ir em busca de especiarias na Índia. E os espanhóis vêm logo em seguida, atrás dos portugueses e por outra rota, pelo ocidente. O que torna a colônia uma vasta empresa comercial, que fornecia açúcar, tabaco, algodão dentre outros produtos. Formou uma colônia com características nacionais e qualidades permanentes. Tendo a formação da sociedade americana a organização do comercio e uma economia bem estruturada devido aos solos favoráveis e clima tropical. Com isso essa nova população se tornou grande produtora de café, açúcar e entre outros produtos (PRADO JUNIOR, 1996).
Amazônia: do extrativismo ao neoextrativismo
O neoextrativismo é uma alternativa econômica que surgiu devido a inviabilidade do extrativismo na região amazônica. Com a crise ambiental surge a necessidade de um desenvolvimento sustentável, eliminando os impactos ambientais nessa região. Com os fatores políticos ambientais a Amazônia é dividida em duas, Amazônia Ocidental, destinada a preservação e Oriental, destinada a a grandes empreendimentos de mineração e metalurgia. A revolução tecnológica vem trazendo novas opções de valorização econômica para os recursos biológicos das florestas tropicais úmidas. o que torna necessário avaliar o desenvolvimento da Amazônia. Onde o neoextrativismo seja a estrutura adequada ao desenvolvimento da Amazônia ocidental. o especialista em economia Alfredo O. Homma afirma que a economia extrativa pode ser extinta, pois essa atividade faz com que seja iniciada a domesticação desses recursos extrativos ou sejam descobertos substitutos sintéticos, sendo essa prática não viável ao desenvolvimento da Amazônia.
O extrativismo é tido como a coleta de recursos naturais da natureza para obter os produtos minerais, animais e vegetais, já o neoextrativismo é possui novas técnicas de extração dos recursos, como o cultivo e a criação. A população da Amazônia desenvolve um vínculo com a natureza, favorecendo uma relação harmônica, com um modo de vida e uma cultura diferente dos povos de outras regiões. O bioextrativismo é o tipo de atividade praticada na Amazônia, o que inclui não só o uso dos recursos naturais, como também o cultivo, criações e beneficiamento dos produtos. E é a partir do bioextrativismo que deu a origem do neoextrativismo, que é um meio feito de modo sustentável e em simbiose com a natureza, criando um equilíbrio entre o homem e a natureza (REGO, 200?).

Mineração
O Brasil durante o ciclo do ouro
No final do século XVII, os portugueses acreditavam que os metais preciosos poderiam manter suas colônias. Mas somente a partir de 1694 é que começaram a descobrir as minas de ouro no Brasil. E algumas décadas depois descobriram o diamante. A prata era encontrada no fundo dos rios, e ao contrario do trabalho escravo das regiões açucareiras, o trabalho nas minas não constituía a maior parte de escravos e alguns chegavam até a trabalhar por conta própria e a comprar sua própria liberdade. Assim a economia mineira abria um novo meio de desenvolvimento nas regiões do sul do Brasil. E possibilitou uma ligação entre as regiões do sul. No século XVIII, o mercado mineiro conseguiu se elevar de forma proporcional, superior ao açúcar, alcançando seu apogeu no século XVIII, nos anos de 1750 a 1760. Assim, durante esse século a economia se articulava entre o ouro e o açúcar. E os centros econômicos do açúcar, do ouro e o Maranhão se interligavam através da pecuária (ALCOFORADO, 2006).
O ouro teve declínio no século XIX, ocasionando a decadência da região mineira. As lutas pela independência levou a monarquia portuguesa a pensar na necessidade da emancipação do país, levando a proclamação da independência em 7 de setembro de 1822. Mas a Independência foi apenas um meio politico dos portugueses. Continuaram governando o país, com o Imperador do Brasil, que era o herdeiro do trono. Manteve a mesma economia e o sistema escravista (ALCOFORADO, 2006).
A penetração para o interior – entradas e bandeiras
No inicio da colonização, os portugueses queriam em encontrar metais preciosos, e de indígenas para escravizar na agricultura. Essas expedições eram feitas por bandeiras, os paulistas e entradas, de outras capitanias. As primeiras entradas tiveram inicio antes da colonização. Porem nem todas tiveram o mesmo sucesso, algumas não retornaram, sendo lamentáveis para a Corte portuguesa, ao que a Corte de Madri enriquecia com o descobrimento das minas de ouro e prata no México e no Peru. Os bandeirantes percorriam as regiões em busca de ouro, prata e metais preciosos, e do índio, que era escravizado. A caça ao índio se deu de forma que os bandeirantes aprisionavam os indígenas mesmo aqueles das missões jesuíticas. Fazendo com que esses fugissem para o sul, onde fundaram Sete Povos das Missões (ANDRADE, 2007).
O ouro no Brasil era encontrado em aluviões, que com o seu cascalho era facilmente lavrável, encontrado debaixo de camadas pouco espessas. À medida que ia se aprofundado, tornava-se mais difícil trabalhar com as técnicas rudimentar dos mineradores. Assim eles deixavam um ponto em busca de outro para explorar, deixando apenas a destruição dos recursos naturais daquele lugar. Assim no inicio do século XIX ocorre a decadência da mineração, que já havia esgotado quase todos os depósitos superficiais. Mas em Minas Gerais ainda se conservava a extração do ouro com certa importância, enquanto que nos outros lugares havia esgotamento, salvo uns poucos ralos que ainda se encontravam. O ouro foi explorado e reduzido a poucos em alguns lugares (PRADO JUNIOR, 1996).
A extração de diamantes se deu entre 1729 até 1740, com o pagamento do quinto. As jazidas de diamantes eram exploradas legalmente no território de Minas Gerais, enquanto que em outros lugares era proibida a sua exploração, pois assim o preço do diamante continuaria elevado, as habitações próximo aos locais eram proibidas até um raio de 10 léguas dos pontos. E que desobedecesse as ordens da coroa era castigado severamente, desde o confisco de seus bens, até a pena de morte civil sem forma de processo ou recurso algum. E a medida que se explora ocorre o esgotamento das jazidas, sendo o pouco que sobrava de diamantes desprezível. E a lei de 25 de outubro de 1882 oficializa definitivamente a decadência da mineração (PRADO JUNIOR, 1996).
O ouro contribuiu com a expansão do povoamento no interior, em áreas distantes da costa, o que ocasionou a produção agrícola e a pecuária para o abastecimento dos povoadores. Quando uma mina era descoberta o Governa dividia em datas, e ainda havia o imposto que era um quinto, pago à Coroa. Era proibido a circulação de ouro em pó, estabelecendo as Casas dos Contos onde o ouro era fundido e transformado em barra. Com a queda do ouro surge a expansão da cultura de café, que até hoje permanece em Minas Gerais (ANDRADE, 2007).
Evolução agrícola
As revoluções que ocorreram no Brasil contribuíram para as suas transformações no século XIX. No qual o deslocamento das regiões do Norte para o Sul e a decadência das lavouras tradicionais. E com o renascimento agrícola, é favorecido as regiões do Norte, voltando a ocupar a posição dominante, que durará muito e logo a região Centro-Sul ficará em primeiro lugar. Ainda no século XIX a cana é vencida pela beterraba, que passa a produzir o açúcar, gerando uma crise geral dos países produtores. O algodão passará a ser produzido no norte-americano e no oriente. Um dos fatores que contribuiu para a decadência do Norte foi a interrupção em 1850, da importação de escravos da África. Uma mão-de-obra fácil e que não dispunha de muitos gastos para manter (PRADO JUNIOR, 1987).

O Sul foi favorecido pela produção do café e por isso, não sofreu muito com a queda da cana. Assim o renascimento da agricultura no país será voltado para a produção do café, que encontra clima favorável no sul, encontrando nos Estados Unidos o seu principal consumidor. O café por ser uma planta permanente necessita de solo favorável e um clima ameno, um dos fatores que contribuiu para que o Norte ficasse em atraso em relação ao Sul. O vale do rio Paraíba é um ambiente que será favorável ao seu plantio, dentro dos limites ideais, encontrando ai o local com condições naturais excelentes. Mas logo virá o seu declínio, devido à exploração e o esgotamento acelerado das reservas naturais, devido ao sistema de produção descuidado e muito grande. A derrubada das matas e as grandes extensões de terras desmatadas contribuíram para o seu desgaste acelerado. Mas logo seria substituída por outra região, a oeste de São Paulo. Uma área que terá grande influencia na produção do café. O que resulta em uma riqueza maior e mais concentrada. Além do transporte que será mais fácil nessa região, deixando um período bem caracterizado na economia brasileira (PRADO JUNIOR, 1987).

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